domingo, 24 de junho de 2012

REPORTAGEM COM ALEXANDRE SALDANHA SOBRE BULLYING NO PROGRAMA PLUG DA TV RPC COM O TEMA "FORA BULLYING".

 PROGRAMA PLUG DA TV RPC  "FORA BULLYING"

 Entrevista retirada do terceiro bloco do programa PLUG da TV RPC, emissora paranaense afiliada a REDE GLOBO.

Nesta entrevista em relato, rapidamente, minha experiência pessoal na qualidade de vítima de bullying e como fiz para superar essa violência. 

CLIQUE NO LINK ABAIXO E ASSISTA O VIDEO.

 
ENTREVISTA SOBRE BULLYING PROGRAMA PLUG, BLOCO 3, TV RPC (GLOBO PARANÁ)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

E-BOOK BULLYING A ORIGEM DO MAL SERÁ LANÇADO NO DIA 22 DE JUNHO DE 2012

Em comemoração aos sete anos de ativismo, será lançado dia 22 de junho uma coleçã em e-book com meus artigos do blog.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Bullying: Bailarino é impedido de usar banheiro masculino no colégio

04/06/2012 - 14h31

Adolescente de 14 anos, bailarino desde pequeno, sofria constantes agressões devido a sua paixão pela dança



Por: Alessandra Gardezani
São Paulo
Para as crianças, a escola se torna, na maioria dos casos, uma segunda casa. Afinal, é lá que passam grande parte dos dias, durante boa parte da vida. Porém, o que pode parecer conto de fadas para muitos, acaba se tornando pesadelo para outros. Imagine sofrer agressões verbais e físicas diariamente e ser impedido de usar o banheiro masculino pelo simples fato de ser menino e fazer aulas de balé.  Isso aconteceu com o jovem Enzo Frizzo, de 14 anos.
Segundo Alba Mara Paulino, mãe de Enzo, tudo começou quando, na escola, descobriram que ele era bailarino. A partir de então as coisas mudaram e o menino passou a demonstrar um comportamento anormal.  “O Enzo começou a apanhar. Então chegava em casa, mostrava as marcas nas costas, dizia que ficavam jogando o material dele no chão. Ele passou a não querer mais ir para a escola”, conta a mãe.
No decorrer do tempo,  o adolescente passou a apresentar um quadro de anorexia. Quando viu que a situação estava se agravando, Alba decidiu procurar a direção do colégio Nossa Senhora de Lourdes, no bairro da Água Rasa, zona Leste da capital paulista. Era também neste estabelecimento que lecionava há 18 anos. Segundo ela, os maus tratos ao filho foram relatados, porém nenhuma atitude foi tomada. “O chamavam de gay, veado e outros nomes. As professoras pediam para que ele relevasse, que se ele não era gay, não tinha problema. Porém como eram todos os dias e ele não estava se sentindo bem, busquei a coordenadora. Quando relatei o que acontecia, ela disse que ele deveria se acostumar a ser chamado de gay por conta da profissão que escolheu”, relata com indignação.
Em seguida, por não obter sucesso na reunião, optou por tirar o filho do colégio. E foi então, que três dias depois de pedir a transferência de Enzo, recebeu a notícia de que estava sendo demitida. “Nunca foi uma regra, mas sempre houve rumores de que se um professor tirasse seu filho da escola, seria demitido. E eu disse para as psicólogas do meu filho, que ia tirá-lo da escola e seria demitida. Três dias depois de tirá-lo, a irmã Jacinta, vice-diretora, me chamou para conversar e disse que não tinha reclamações da minha pessoa, mas que precisava me mandar embora”, lembra Alba, que entrou com processos contra a instituição devido ao bullying sofrido pelo filho e também por sua demissão.
Por indicação, a mãe recorreu a outro colégio, que segundo ela, que costuma receber, em média, seis alunos por ano com o mesmo problema. “Antes de colocá-lo lá, tive cinco reuniões com a coordenadora. Quando o Enzo mudou de escola, percebi uma mudança nele e uma preocupação com o bem estar do meu filho”, completa Alba.
A reportagem entrou em contato com o colégio Nossa Senhora de Lourdes, e segundo a vice-diretora Ir. Maria Jacinta Candida Cabral e a Coordenadora Maria de Lourdes Panini Soares, todas as acusações são falsas.
Justiça
Em busca de uma solução para seu caso, Alba decidiu procurar auxilio na Justiça, porém, não obteve êxito em um dos processos. O outro ainda corre. Para o advogado Alexandre Saldanha, especializado em bullying, a mãe tomou a atitude correta.  Responsável pelo blog  “Bullying e Direito”, o advogado  é um dos ativistas da Liga Anti-bullying e auxilia os leitores  com informações sobre o assunto. “Sempre sofri bullying porque fui uma criança gordinha e por conta de um problema em meu nascimento, tenho a coordenação motora afetada. Quando fui para a faculdade, decidi que ia estudar esse fenômeno que aconteceu comigo. Minha monografia, fiz uma analogia. Independente de se provar culpa, ou não, a responsabilidade é da escola pelo danos psicológicos e psíquicos que aconteçam com os alunos dentro do seu estabelecimento durante o período de aula”, explica.
O especialista relata que um de seus maiores objetivos, é colocar o tema em discussão. Para isso, confere palestras e diversas instituições de ensino, para crianças, jovens e docentes.  “Sempre trago aos debates vídeos, para ficar mais explicativo”.
Uma das dicas que o advogado dá, é como produzir provas, de que a criança está sofrendo bullying. “Por exemplo, no cyberbullying, dá para se fazer a ata notarial, que transforma essas páginas em documentos públicos. E desse forma, você se resguarda, tem uma prova, e evita que o seu agressor retire as páginas do ar. As vezes, essa prova é suficiente”, conta Alexandre, que diz que na maioria das vezes, é procurado pelos próprios jovens, vítimas do bullying.
Quando as agressões acontecem no colégio, há outras maneiras de se buscar provas. “No caso de bullying escolar, não é uma regra geral, mas em alguns casos os alunos apresentam uma queda no rendimento escolar. Em uma análise de cunho técnico, com o psicólogo e psiquiatra, a criança tem algumas fobias sociais, tem dificuldade na interação. No momento que ela vai para a escola, passa a ter dor de estômago, dor de cabeça.  Esse são os sintomas mais comuns de crianças afetadas pelo bullying e que podem servir na hora de um processo”, afirma o advogado.
“Acho que bullying devia ser uma matéria escolar, como se tinha antigamente moral e cívica. Gostaria que se tratasse o tema como uma matéria em estudos sociais, para que a criança e o adolescente possam desenvolver um conhecimento sobre o tema e entender que agride o espaço do outro. A lei freia, mas a educação e a informação é que mudam as pessoas”, finaliza Alexandre.   
FONTE:  http://www.panoramabrasil.com.br/bullying-bailarino-e-impedido-de-usar-banheiro-masculino-no-colegio-id88266.html