sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NOS CASOS DE BULLYING



Em tempos caóticos, em que todas as instituições sociais não estão mais seguras, a família tem o condão de estabelecer formas de preparar seus rebentos para uma vida social cada vez mais competitiva e individualista, sem perder o respeito pelos valores da natureza humana.
A família é o primeiro núcleo social organizado que uma criança está inserida. É neste núcleo que a criança recebe parâmetros de comportamento social que a alertam quanto à importância do respeito pela liberdade física e psíquica individual.
A família deve atentar-se para a formação afetiva, psicológica, humanista, cultural e social de suas crianças para que sua inserção na sociedade seja completa, sem conflitos permeados por preconceitos ou por egocentrismos que resultem em violências físicas ou morais a terceiros.
É neste contexto que se observa a importância das intervenções familiares nas experiencias infanto juvenil, pois, é na idade entre 2 a 8 anos que a criança desenvolve a sua capacidade de absorver os estímulos sociais advindos da família. Depois desta idade a criança reproduz esses comportamentos nos ambientes sociais exteriores como, por exemplo, na escola.
Então, se uma criança não recebe intervenções corretivas em um eventual comportamento preconceituoso ou violento, certamente o reproduzirá em sua idade juvenil e adulta.
Da mesa forma, se uma criança não recebe um elogio por uma atitude socialmente louvável como o respeito para com as demais pessoas, certamente não terá vontade de adotar essa postura socialmente pacífica em sua vida futura.
Ainda neste contexto, se uma criança não percebe carinho e atenção em seu núcleo familiar, é óbvio que terá uma postura de frieza ou apática nas relações intersubjetivas, que pode resultar em isolamento social.
Finalmente, pode-se observar que se uma criança não tem um dialogo educacional frequente em casa, terá grandes chances de apresentar um comportamento individual afetado quando inserida num grupo.
Uma criança que cresce num modelo familiar em que os pais são ausentes ainda que por conta do trabalho, certamente, não terá limites sociais nem saberá lidar com situações de frustração, pois, nunca ou pouco recebeu orientações para encarar essas situações.
Outro modelo de educação familiar que compromete a formação psicológica de uma criança é o em que os pais que embora presentes, não impõem limite ou regra para seus filhos, deixando-os por conta e própria.   Isso imprime na psique de uma criança que tudo ela pode e que não há limitações entre o direito dela e de outra pessoa. Ou seja, resultará em uma criança egoísta e sem valores morais.
Esse modelo familiar também não oferece o apoio adequado para a criança que sofre agressões de seus colegas de classe. Daí restará impregnado no inconsciente desta criança a errada autoimagem de “sujeito sem importância para aquele núcleo familiar”.
 Da mesma forma prejudicial serão os pais que muito limitam seus filhos ou que impõe de forma agressiva o ponto de vista que reputam como resolução para um problema, porque, a criança crescerá com a informação de que a agressividade e a intolerância são formas adequadas de resolução de um problema podem se tornar praticantes de bullying como forma de autoafirmação.
É do modelo de educação familiar que emanam regras de convívio social e modelos de conduta nas relações intersubjetivas. Exageros na educação de uma criança podem prejudicá-la em sua vida social e torná-la excessivamente agressiva ou apática, o que pode resultar em potenciais praticantes do ou vítimas bullying.
Com isso é correto afirmar que o pisquê de uma criança sofre, de forma direta, influência de um histórico de experiências familiares. Essas experiências determinam seu caráter, seus valores morais e sua conduta ética.
Se uma família possui em seu meio um modelo de educação ausente de balizamentos morais e retidão ética, seus filhos serão o fruto negativo deste modelo, seja com inclinações para atitudes violentas ou para apatia social.

Alexandre Saldanha Tobias Soares
Advogado OAB-PR nº 47535
Pós-graduado em Direito Civil
Pós-graduado em Direito Processual Civil
Especialista em Bullying
Especialista em Mobbing
Ativista Social
Blogueiro
Líder fundador da Liga Anti-bullying Facebook

terça-feira, 11 de setembro de 2012

CRIANÇA TAMBÉM FICA ESTRESSADA

Saiba o que é e como tratar o estresse infantil
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um estudo recente afirmando que o estresse é o mal do século XXI, atingindo mais de 90% da população mundial, o que torna o estresse uma epidemia global. Essa informação assustadora é reflexo do estilo de vida atual, com muita correria, desgaste, falta de tempo – e às vezes de dinheiro – para cuidar da saúde.
O termo estresse foi emprestado da física, onde designa a tensão e o desgaste a que estão expostos os materiais, e foi utilizado pela primeira vez em 1936 pela renomada revista científica Nature. E se engana quem pensa que o estresse afeta somente os adultos. É cada vez maior o número de crianças que sofrem com essa condição.
A psicóloga Aline Stadler Penteado explica que o estresse pode ter duas interpretações: ser uma doença ou uma condição momentânea. “O estresse é uma forma extrema de emoção, um conjunto de reações físicas e psicológicas naturais que temos frente a uma situação intensa,  seja boa ou ruim. Sendo assim, o estresse é momentâneo quando a pessoa se depara com situações intensas no dia a dia que modifiquem o seu equilíbrio interno. Já o estresse como doença é aquele que se torna constante, causa dificuldades na vida do indivíduo e traz sofrimento a longo prazo”, avalia.Para a psicóloga as causas do estresse infantil são muitas, e vão desde o grande número de atividades diárias, até a ansiedade com um passeio especial ou festa de aniversário.
As causas
“Mudanças constantes, físicas ou emocionais, influem diretamente nas crianças. Excesso de responsabilidades, críticas excessivas dos pais, rejeição dos colegas, o nascimento de um irmão, brigas ou separação dos pais, a perda de uma pessoa da família, mudança de escola, entre outros, são causadores externos do estresse”, enumera.
Em alguns casos o estresse é fruto de uma característica da criança, que a levam a se sentir “diferente”, como ansiedade, timidez, depressão, medo de fracassar, desejo de agradar, etc. Essas características podem tornar as crianças vítimas de bullying, outro fator importante dentre as causas do estresse. A psicóloga conta que as crianças costumam não verbalizar as dificuldades que enfrentam, mas que as suas ações dão os indícios do que está acontecendo.
“O bullying é uma espécie de agressão ocorrida dentro do ambiente escolar, denominada assédio moral. O assédio desequilibra emocionalmente a vítima, e o resultado pode ocasionar apatia social e até transtornos emocionais”, detalha Alexandre Saldanha, advogado especialista em bullying e líder fundador da Liga Anti-bullying. Para ele o bullying gera um clima de medo que torna as vítimas incapazes de tomar atitudes para cessar os ataques ou pedir ajuda. “A exposição contínua aos ataques do bullying torna suas vítimas inseguras e pouco sociáveis, ato que dificulta o pedido de auxílio. Outras sequelas observadas nas vítimas são a passividade quanto às agressões sofridas, um círculo restrito de amizades, e alguns passam a ter baixo rendimento escolar, resistindo e simulando doenças com o interesse de não comparecer mais as aulas, ou até mesmo abandonando os estudos”.
O diagnóstico
É importante que os pais fiquem atentos ao comportamento dos pequenos e saibam os sintomas que ocasionam o estresse. O diagnóstico é feito através da análise dos sintomas descritos pelos pais, educadores e pela própria criança. “O mais importante é dar afeto, apoio, ouvir os anseios da criança, ser compreensivo e buscar ajuda quando o estresse se torna disfuncional, ou seja, começa a atrapalhar a vida física e mental. Ao se tornar disfuncional o estresse pode levar a problemas sérios como asma, alergias, problemas dermatológicos, obesidade, entre tantas outras complicações”, diz a psicóloga.
A psicoterapia pode ser utilizada como medida preventiva, antes de se instalarem os sintomas mais fortes na criança. Aos primeiros sinais do estresse procure um profissional que possa identificar os agentes estressores que desequilibram a criança. O tratamento pode incluir, além da psicoterapia, a utilização de medicamentos alopáticos ou homeopáticos, quando necessário.
Sintomas
- A mudanças repentinas de comportamento;
- Súbita introversão ou extroversão;
- Medo excessivo com um motivo aparentemente irracional;
- Agressividade;
- Choro constante;
- Impaciência;
- Insegurança;
- Sinais de baixa autoestima;
- Alguns sintomas físicos como dores de barriga e de cabeça, enurese (xixi na cama), tiques nervosos.
Fontes: Psicóloga Aline Stadler Penteado: aline@mercosuleducacional.com.br


FONTE DA ENTREVISTA: ESPAÇO THÁ ON LINE: http://www.tha.com.br/espacotha/criancas-crianca-tambem-fica-estressada/