sexta-feira, 31 de maio de 2013

OITO ANOS DE ATIVISMO ANTI BULLYING

NO DIA 30 DE MAIO DE 2013, COMPLETEI OITO ANOS DE ATIVISMO SOCIAL DE COMBATE AO BULLYING!
Nesse período fiz muita coisa: dei palestras, escrevi livros, artigos, dei entrevistas, fundei grupos de ativistas, orientei monografias e projetos científicos de todas as cadeiras científicas. 
Foram anos maravilhosos que vivi intensamente e aprendi constantemente sobre a importância de amar o próximo. 
Aprendi que todos tem suas belezas, seus dons e suas especificidades, e essa diversidade torna o mundo mais bonito!
Agradeço a atenção e colaboração de todas as pessoas interessadas no tema e de todos os grupo que dedicam seu tempo e sua vida no combate ao bullying.
Meus trabalhos científicos estão listados ai em baixo
Abraço para todos!

VIAGEM AO MUNDO DOS PENSAMENTOS


Recomendo o livro da Autora a Ativista Social Elisandra Pauleli. Vejamos a resenha da obra:
A peça de teatro infantil Viagem ao Mundo dos Pensamentos narra a historia do menino Pedro de 8 anos órfão, criado pela avó, autor de bullying e suas dificuldades no contato com outras pessoas, sempre de maneira agressiva e debochada. Contrariado, com a ajuda de sua irmã Camila preocupada com as "esquisitices" das pessoas em destruir o mundo que vivem, e seu amigo mágico Junior partem para o mundo lúdico desconhecido Mundo dos Pensamentos em buscas de resolução de suas dúvidas, onde irão passar por muitas aventuras, descobrir vários lugares, pessoas e historias de vida. Atrás de respostas, descobrem o verdadeiro sentido da vida e realizações. Nessa busca de salvar o mundo em que vivem, Pedro se identifica com a vida de cada personagem que passa por ele e consegue se transformar de autor de bullying para uma criança modificada e altruísta.
O livro está disponível para aquisição no link abaixo:


segunda-feira, 20 de maio de 2013

O QUE EU APRENDI COM O ATIVISMO ANTI BULLYING


Há  oito anos eu luto por um sonho de igualdade e justiça: um mundo em que não há preleções sociais embasadas nas limitações humanas, mas, uma sociedade sustentada pelo mútuo auxílio entre diferentes capacidades, diferentes saberes.
Sonhei com um mundo sem preconceitos, sem crueldade, apostei minha juventude nisso, empregando os melhores e mais produtivos dias da minha existência por uma causa: a prevenção e o combate ao bullying.
A jornada foi difícil até aqui, mas, compensou cada segundo, cada dia vivido em prol deste sonho. 
Eu me fortaleci e me curei quando resolvi fazer da minha vida uma forma de ajudar as pessoas que sofriam bullying.
Ao passo que eu ajudava as pessoas, elas me ajudavam, e a cada dia de auxílio mútuo, eu substituía o rancor de vítima, por uma espécie de amor, que me impulsionava numa melhora íntima constante.
Com a ajuda de todas as pessoas que eu ajudei, aprendi a vencer meus medos, minhas frustrações e transformei aquela velha escuridão numa luz tênue que decidiu existir para tentar iluminar a vida dos demais.
Ganhei coragem quando decidi trocar o revanchismo por amor. Neste dia, aprendi que posso vencer sem brigar, me fazer notar sem gritar, que posso ser uma voz que argumenta sem se impor.
Aprendi que o bem permanece quando o carinho pelas pessoas se torna fé na evolução humana, e quando temos fé nada nos para.
Nesta longa e linda jornada, eu conheci lugares e culturas diferentes, fiz muitos amigos e outros tantos companheiros maravilhosos, que se mostraram fantásticas ao superar seus limites e transformar suas existências em instrumentos de combate ao bullying.
Quando eu comecei a caminhada, pouco falava-se sobre o tema. Na verdade o Brasil sequer sabia do que se tratava a expressão bullying, muito se subestimavam o tema. Isso tornava a tratativa do bullying muito difícil.
Aos poucos eu percebia uma modesta movimentação científica sobre o tema, o que me empolgou e me fez desejar pesquisar e criar para colaborar.
Confesso que eu estudei muito e me aperfeiçoei mais ainda para, só depois, criar um ramo da ciência do direito para tratar da responsabilidade civil das instituições de ensino, dos pais e dos agressores nos casos de bullying.
Com isso, realizei o sonho de escrever livros e manter contato com autores que, antes, eu conhecia apenas por meio dos livros que me serviam de referencia.
E quando eu achava que já não tinha mais nada para acrescentar para causa, encontrei mais pessoas, mais amigos, parceiros que juntos criaram grupos e mais grupos de combate e prevenção à esse tipo de violência psicológica.
Esses muitos grupos organizados são provas de que os seres humanos caminham para um tempo de convivência pacífica, e que se mostram propensos à proteger os valores da dignidade humana. Tudo é uma questão de paciência e persistência.
Depois de muito caminhar percebi que as pessoas aderem, naturalmente, para  bem quando um sonho se torna ideal.
Passei a olhar cada pessoa por meio de uma visão buscadora de belezas, capacidades diferentes e talentos brilhantes.
Aprendi a contemplar a verdadeira beleza humana contida na diversidade dos indivíduos. Cada alma humana é absolutamente linda e repleta de encantos e dons, capazes de aprimorarem a sociedade.
Aprendi que não há raças, credos, classes que nos separem. Somos todos pertencentes à raça humana, uma grupo que vive uma incansável busca pela felicidade, pelo amor, pela justiça e pela paz.

sábado, 4 de maio de 2013

CADERNOS LEGAIS SOBRE O BULLYING

O lançamento deste livro será juntamente com a Caixa BULLYING E DIREITO em 22  junho de 2013



Decidi lançar essa série de dois cadernos sobre bullying para facilitar o trabalho de Advogados, Pesquisadores, Acadêmicos, Magistrados e Profissionais da Educação, pois, muito se fala do tema, entanto pouco dele é esclarecido.
Minha intenção é concentrar algumas das jurisprudências mais pertinentes sobre o tema num dos cadernos: CADERNO DE COLETÂNEA DE JURISPRUDÊNCIAS SOBRE BULLYING (EDITORA ONLINE CORUJITO). Com isso colaboro com pesquisadores e juristas que desejam fundamentar teses, monografias, decisões e petições sobre o tema.
Já no outro caderno, CADERNO DE FRAGMENTOS DE LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E ESTRANGEIRA PARA UTILIZAÇÃO FRAGMENTOS NOS CASOS DE BULLYING. (EDITORA ONLINE CORUJITO), pretendo auxiliar todos os interessados na técnica de fundamentação legal do tema visto que, nesta coleção, realizei uma coleção de artigos de lei específicos para serem utilizados em petições, decisões e trabalhos científicos, pois, separo cada grupo de artigo com um título hipotético para a utilização correta.
Devo frisar que, assim como toda a minha bibliografia eletrônica, estes cadernos serão de downloads gratuitos.
Espero que gostem e que seja útil para todos vocês.
Abraço para todos

Alexandre Saldanha.
OAB-PR nº 47.535

BULLYING: CONCEITO, HISTÓRICO E ANTECEDENTE


O Bullying[1] é uma espécie de conduta opressiva, intencional e violenta, onde um indivíduo é assediado por outro ou por um grupo de pessoas que buscam, através de atitudes e palavras, ferir a auto-estima e a imagem da vítima, pelo simples motivo do mesmo ter opinião própria, só que diferente da maioria, e geralmente, não apresentam justificativa.
Entretanto, o criador deste conceito, dá outra conotação ao bullying, descrevendo-o da seguinte forma: "Um estudante está sendo intimidado ou vitimado quando ele ou ela está exposto, repetidamente e ao longo do tempo, a ações negativas por parte de um ou mais estudantes[2]".
A ABRAPIA[3] detectou que essas relações de intimidação podem se concretizar de várias formas, que vão desde agressões verbais e apelidos desdenhosos à discriminação, à exclusão, ao isolamento e até mesmo em situações mais graves como é o caso da agressão física.
Encontra-se esse quadro em escolas privadas e públicas de nível fundamental e médio. Todavia, o acontecimento do bullying é ignorado e/ ou não admitido por muitas instituições de ensino, ou muitas vezes, ainda o desconhecem ou negam-se a enfrentá-lo. Além desses locais o bullying tem ocorrido dentro das casas, mais precisamente no ambiente virtual (cyberbullying), aonde os pais possui pouca ou nenhuma vigilância. Da mesma forma que as escolas, muitos pais ignoram ou desconhecem a prática dessa violência por seus filhos.
Os estudos sobre o bullying iniciaram-se na Universidade de Bergen, na Noruega, e duraram desde 1978 até 1993, com o professor Dan Olweus juntamente com a campanha nacional anti bullying que ocorreu em 1993.
Na década de 70 Olweus iniciou suas observações sobre agressores e suas vítimas mesmo sem aval ou interesse das escolas sobre o assunto nas instituições de ensino norueguesas.
Para que fossem aguçados os interesses das escolas da Noruega sobre o bullying foi necessário que três rapazes entre 10 e 14 anos cometessem suicídio que segundo indícios foram resultados dessa prática.
  Olweus pesquisou inicialmente cerca de 84.000 estudantes, 300 a 400 professores e 1.000 pais entre os vários períodos de ensino. Um fator fundamental para a pesquisa sobre a prevenção do bullying foi avaliar a sua natureza e ocorrência. Como os estudos de observação direta ou indireta são demorados, o procedimento adotado foi o uso de questionários, o que serviu para fazer a verificação das características e extensão do bullying, bem como avaliar o impacto das intervenções que já vinham sendo adotadas.
O questionário proposto por Olweus consistia de um total de 25 questões com respostas de múltipla escolha, no qual se verificava a freqüência, tipos de agressões, locais de maior risco, tipos de agressores e percepções individuais quanto ao número de agressores. Este instrumento destinava-se a apurar as situações de vitimização e agressão segundo o ponto de vista da própria criança ou adolescente. Ele foi adaptado e utilizado em diversos estudos, em vários países, inclusive no Brasil, pela ABRAPIA, possibilitando assim, o estabelecimento de comparações interculturais.
Os primeiros resultados, frutos das pesquisas realizadas por Olweus e por Roland, em 1989, constatou-se que dentre os 07 alunos, 01 encontrava-se envolvido na prática do bullying. Em 1993, Olweus lançou sua pesquisa no livro “BULLYING at the school”. Nessa obra encontravam-se, não apenas os resultados da pesquisa, mas também, um arcabouço de medidas intervencionistas a fim de combater o bullying, na medida em que identifica vítimas e agressores. A obra gerou uma reação em cadeia que resultou na queda de 50% da incidência dos casos de bullying no país de origem, a Noruega, bem como na adoção das medidas propostas no livro na Inglaterra, em Portugal e Canadá. Isso incentivou outros países na igual adoção destas mesmas medidas.
O programa de intervenção de Owleus tinha a intenção de criar regras combatentes ao bullying nas escolas, o qual necessitava do envolvimento de pais e professores, para aumentar a conscientização sobre o bullying, bem como a proteção e apoio para as vítimas.
Diversos pesquisadores em todo o mundo têm direcionado seus estudos para esse fenômeno que toma aspectos preocupantes, tanto pelo seu crescimento, quanto por atingir faixas etárias, cada vez mais baixas, relativas aos primeiros anos de escolaridade. Dados recentes apontam no sentido da sua disseminação por todas as classes sociais e uma tendência para um aumento rápido desse comportamento com o avanço da idade, da infância à adolescência.
No estudo realizado pela ABRAPIA[4],  40,5% dos 5785 alunos de 5a a 8ª séries participantes admitiram estar diretamente envolvidos em atos agressivos na escola.
O bullying é um crescente e antigo fenômeno social registrado em diversos países e culturas que preocupa o mundo inteiro, uma vez que pode desencadear distúrbios graves nas vítimas deste tipo de assédio. As principais conseqüências estão o isolamento da vítima, a piora no seu nível de aprendizado, a formação de pessoas violentas e em casos mais graves o suicídio.



[1] Silva, Ana Beatriz Barbosa, Bullying, mentes perigosas nas escolas, 1ª Ed., Rio de Janeiro, Objetiva, 2010, p. 21.
[2] Olweus, Dan, Bullying At School, Editora Editora Blackwell Publishing, 2006, p. 9. “ I define bullying or victimization in the following general way: A student is being bullied or victimized when he or she is exposed, repedly and over time, to negative actions on the part of one or more other students.”
[3] ABRAPIA. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes, disponível em:http:// www.bullyng.com.br, acesso em 20/jun/2007.

[4] ABRAPIA. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes, disponível em:http:// www.bullyng.com.br, acesso em 20/jun/2007.