segunda-feira, 8 de julho de 2013

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FORMAL E DA AFETIVIDADE NA VIDA DE UMA CRIANÇA.


Toda criança é produto do meio,  segundo Vygotsky, o meio é sempre revestido de significados culturais e só tem o sentido cultural que lhe dermos. Os significados culturais só são aprendidos com a participação dos mediadores.
Nesta esteira, podemos afirmar que os pais são os primeiros mediadores de parâmetros sócio culturais que uma criança tem.
A partir destes modelos sociais e culturais ela tomará de base as posturas que irá adotar em outros círculos organizados como escolas, shoppings e etc.
Se os pais forem presentes porém permissivos, as crianças terão a noção de que não há limites para elas.
Se os pais forem ausentes, elas crescerão sem qualquer noção de limite social e podem se tornar jovens delinquentes.
Caso os pais sejam presentes, entretanto, agressivos ou extremamente castradores, os filhos crescerão com medo do mundos e muito mais suscetíveis a reações depressivas ou violentas aos impasses e derrotas naturais da vida.
O modelo mais adequado é o qual os pais são presentes, limitando moderadamente o comportamento dos filhos, ensinando-os bases de convívio pacífico, respeitando os balizadores que garantem a paz social.
Talvez o modelo mais adequado para frear o bullying escolar seria um misto entre o modelo sócio construtivista de Vygotsky para servir de base quanto aos exemplos sociais pacíficos e Henri Wallon para que possamos utilizar o modelo de resposta imediata aos estímulos sofridos.
Segundo Wallon, a criança responde às impressões que as coisas lhe causam com gestos dirigidos a ela.
Em outra analise, se uma criança está em um ambiente de carinho, paz e atenção, certamente ela responderá socialmente como um indivíduo pacífico e respeitador da dignidade humana.
Ainda com base neste teórico, afirmo que o comportamento adotado por uma criança ocorre como resposta para uma necessidade interna. Ou seja, se a criança percebe corriqueiramente comportamentos violentos ou agressivos, ela terá a necessidade de defender-se das agressões, o que neste caso ela usará o único parâmetro que conhece, sendo ele o comportamento violento.
Se a criança não tem um ambiente de afeto em casa, ela deve encontrar isso na escola.
Isso significa dizer que a escola deve proporcionar uma formação acadêmica e intelectual com afetividade.
Por isso que os pais são responsáveis  diretos pela educação social dos filhos e a escola é responsável solidária.
A família é o primeiro ambiente socialmente organizado que  a criança percebe, e os estímulos ali sofridos, são levados para a vida social extra familiar.
Em outro giro, é acertado pensar que um ser humano não pode ir a escola apenas para apreender teoria acadêmica, porque a escola também é um ambiente de interação social.
A escola e a família são meios de burilar o caráter e os saberes acadêmicos e sociais de uma criança.
Aqui cabe frisar que, o fenômeno  bullying pode ser evitado com a educação baseada na afetividade e nos constantes estímulos esternos de tolerância e respeito.

O mundo precisa do saber acadêmico tanto quanto precisa de afeto.
Toda educação sem afeto torna a alma fria frente as necessidades humanas.
Todo afeto sem direcionamento social torna o individuo vulnerável ao embates naturais de uma vida em sociedade.
Alexandre Saldanha
OAB-PR nº47.535
Advogado, Palestrante, Especialista em Bullying, Especialista em Mobbing, Especialista em Direitos da Personalidade, Pós graduado em Direito Civil , Pós graduado em Direito Processual Civil, Pós graduado em Direito Contemporâneo, Líder Ativista, Fundador da Liga Anti-bullying, Blogueiro e Escritor.

BIBLIOGRAFIA
·                   Cláudio J.P Santini, Afetividade e Inteligência, volume I, A Educação na Escola
·                   Wallon, Henry, Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil, Izabel Galvão, 136 págs. 2004, Editora Vozes
·                   Wallon, Henry,Psicologia, Maria José Soraia Weber e Jaqueline Nadel Brulfert (org), São Paulo,Àrtica, 1986
·                   Vygotsky, Lev, Imaginação e Criatividade na Infância, Editora Dinalivro, 160 págs., 2012
·                   Vygotsky, Lev, A Construção do Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 496 págs., 2001.