quarta-feira, 20 de março de 2019

MATÉRIA COM ALEXANDRE SALDANHA NA GAZETA DO POVO SOBRE SUZANO: "Suzano, Realengo, Columbine: quando o bullying pode terminar em tragédia"


"Evidências indicam que, aliado a outros fatores, a vingança por bullying foi um dos motivos que levou Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luís Henrique de Castro, 25, a entrar na Escola Raul Brasil, em Suzano, SP, na manhã de quarta-feira (13), e atirar contra alunos e colaboradores da instituição. Ao menos oito pessoas morreram, 11 ficaram feridas e os dois jovens tiraram a própria vida após a ação. Mãe de Guilherme, Tatiana Taucci, 35, disse ao jornal Folha de S. Paulo que o filho deixou de ir à escola após sofrer provocações por conta das muitas espinhas no rosto. Além disso, uma das linhas de investigação da polícia aponta que os dois teriam trocado mensagens, no Facebook, dizendo que se vingariam das pessoas que os fizeram mal.


Quando o destempero emocional de alguém, somado ao sofrimento por bullying acumulado e outros elementos, chega ao extremo, casos como os de Suzano, Realengo, Medianeira e Columbine podem se repetir. A escola, ambiente em que os estudantes passam cerca cinco horas por dia, é onde os indicadores são mais visíveis. E é fundamental que o corpo escolar, dessa forma, não negligencie tal realidade.

“Acontece à vista de todo mundo, dos educadores, professores e pessoal da gestão. Além disso, os próprios colegas escutam e veem acontecer”, explica Angela Soligo, docente da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Enquanto alguns comportamentos não são difíceis de constatar – agressão física, verbal, apelidos pejorativos – outros podem não ser tão evidentes assim. “O isolamento é menos perceptível aos educadores, ou menos entendido como uma forma de violência na escola. Adolescentes com os quais ninguém quer fazer trabalho junto, não interagem com os outros no intervalo, ficam sozinhos sempre”, expõe a docente.


Negligência por parte da escola
Se essas atitudes não são tratadas nem pela família, nem pela escola, o resultado certamente será ruim, como explica o advogado e especialista no assunto, Alexandre Saldanha, sobre os perigos do bullying prolongado unido a outros fatores. “As provocações a longo prazo podem causar, como a gente viu em casos como o de Realengo, Medianeira e Suzano, o surto psicótico”, diz. “Existe um processo traumático em que a pessoa não tem tratamento adequado para isso e acaba desenvolvendo comportamentos agressivos, desejos violentos de vingança, se sente injustiçada, rejeitada”.

Minimizar essas ações – agressão verbal, apelidos pejorativos e, até mesmo, agressões físicas – é o grande problema. A lei antibullying nº 13.185/2015, além disso, reforça a necessidade de se tratar esse tema atentamente. “Dentro da escola, muitas vezes, essas agressões verbais que têm forma de apelidos são tratadas como brincadeira, minimizadas. Mas elas podem ser mais perigosas do que uma agressão física”, explica a docente da Unicamp. “Geralmente, educadores não enfrentam isso. Tratam os apelidos como brincadeira e só dão atenção às agressões físicas, que são a forma mais perceptível, mas não as mais frequentes”.

Saldanha, que também relata ter sido vítima de bullying durante sua adolescência, afirma que, em alguns casos, “há uma política de ‘acobertar’, ‘abrandar’ a situação”. “Às vezes, há um protecionismo corporativo, a escola tende a dizer que foi um problema da vítima, que é algo passageiro ou ‘é assim mesmo’”, defende o advogado. “E não adianta adotar medidas insuficientes só para aliviar a responsabilidade civil como instituição. A escola é responsável pelo bem-estar físico dos alunos enquanto eles estiverem sob sua guarda”.


Enfrentamento
Se o bullying é constatado no ambiente escolar, e nada é feito, o risco de acontecimentos como o de Suzano e outros é muito grande. Como explica Alexandre Saldanha, por exemplo, “a pessoa que sofre essas provocações começa a ter o julgamento das coisas de forma deturpada, fica com um trauma que, ora beira à agressividade extrema, ora beira à depressão. Entre esses nuances, surtos psicóticos são muito perigosos”.

Reuniões e palestras não bastam, é necessário que se tenha uma rede de apoio psicológico para tratar do assunto. “As escolas precisam ter professores, cantineiros, faxineiros, corpo administrativo treinados. Todo mundo tem que saber como observar, detectar, prevenir e, se acontecer, saber como punir”, defende o advogado, especialista no assunto.

Para Angela, da Unicamp, o mais importante é não silenciar. “Percebeu que algo está acontecendo? É preciso falar sobre isso com todos os alunos, abertamente. Eles precisam encarar as diferenças uns dos outros, fazer reflexões, aprender a responsabilidade no cuidado de si e do outro”, defende. “Mas não pode ser só isso, se não, a escola vai viver apagando incêndio. O importante é que ela vá construindo, no quotidiano, relações de respeito que, via de regra, vão evitar esse tipo de conduta”.

Falta de diálogo
À Folha de S. Paulo, Tatiana, mãe de um dos atiradores, relatou que a relação com o filho “até que não era ruim”, mas os dois “quase não conversavam”. A mulher tem outros quatro filhos e luta contra uma dependência química.

A falta de diálogo, segundo uma pesquisa da educadora da Unicamp, é outro motivador para ações extremas, como o caso de Suzano. “Eu já ouvi muitos relatos de professores que chamam um pai ou mãe para fazer uma queixa de um aluno, e a reação dos responsáveis é dar uma surra no filho. Isso não só não vai ajudar, mas vai alimentar a violência”, critica. “O tempo todo eles dizem que a escola não os escuta, mas ela deve ser o lugar em que o aluno se sinta protegido e ouvido, que ouça sua queixa, dificuldade. As instituições devem ter vários canais de diálogo. Às vezes, é difícil verbalizar, contar para alguém, porque isso significa denunciar um 'colega'”.

Saldanha também corrobora com o pensamento, e afirma que “são poucas as famílias que têm apoio emocional, família estruturada como suporte para o sofrimento por bullying”. “Ser humilhado todo santo dia, chega uma hora que coisas como essa [ações extremas] começam a fazer sentido para quem está sofrendo”, diz.

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FONTE: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/suzano-realengo-columbine-bullying-nao-resolvido-pode-resultar-em-tragedia/

MATÉRIA COM ALEXANDRE SALDANHA NA GAZETA DO POVO: "Suzano e Columbine: o que os dois massacres em escolas têm em comum.



Em Suzano, o traje utilizado pelos atiradores sugere que eles possam ter sido influenciados pela série American Horror Story, no episódio inspirado no massacre de Columbine.

TRAGÉDIA
Um dos atiradores (no detalhe à direita da foto) e o personagem da série American Horror Story: inspiração? ( Foto: Reprodução /YouTube / Facebook)
Não se sabe ainda o que levou dois atiradores de 17 e 25 anos a disparar contra dezenas de pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), na manhã desta quarta-feira (13), causando a morte de, pelo menos, dez pessoas. Testemunhas da tragédia relataram que os autores dos tiros eram ex-estudantes da instituição e pareciam querer se vingar de professores e funcionários.

Nada disso está oficialmente confirmado, mas é muito provável que a tragédia em Suzano tenha sido inspirada no famoso massacre de Columbine, no estado do Colorado, nos Estados Unidos, em 1999, quando dois estudantes prepararam, em ação cinematográfica, uma vingança após sofrerem anos de bullying, deixando 13 mortos e 27 feridos.

Leia também: Relembre outros casos de atiradores em escolas do país

A tradicional escola em Suzano e Columbine
A Escola Estadual Raul Brasil está localizada em uma região tradicional e pacífica de Suzano, um “oásis” no município, segundo moradores no local. Considerada de qualidade, suas vagas são muito disputadas ano a ano: tanto nos anos de 5º ao 9º ano do ensino fundamental, quanto no ensino médio, o desempenho da escola no Ideb, índice de qualidade do ensino no Brasil, está acima da média nacional (5,8 nos anos finais do ensino fundamental e 4,1 no ensino médio).

Relatos de moradores afirmam que os atiradores moravam na região, entraram em um horário propício – perto do intervalo das aulas – e foram direto para a sala da diretora – ou seja, sabiam localizar perfeitamente o local –, onde a mataram. Os dois levaram objetos peculiares para a ação: além de armas calibre 38, os atiradores portavam uma besta (espécie arma medieval que dispara flechas), machados, uma caixa de explosivos e garrafas montadas como coquetéis molotov.

O cenário, as armas utilizadas e o suicídio final são similares ao tiroteio ocorrido na Columbine High School , escola de ensino médio dos Estados Unidos, localizada em Columbine, no estado do Colorado, em 20 de abril de 1999.

Na época, dois alunos da escola, Eric Harris e Dylan Klebold, mataram doze estudantes, um professor e feriram 27 pessoas, em um ataque planejado muito tempo antes – eles esconderam 99 explosivos na escola. Com o uso de bombas e espingardas, os dois percorreram por quase uma hora as salas da escola atirando até cometer suicídio.

Em Suzano, o traje utilizado pelos atiradores sugere que eles possam ter sido influenciados pela série American Horror Story, no episódio inspirado no massacre de Columbine.



Inspiração e motivação
A ocorrência desse tipo de massacre está ligada, em geral, à vingança após sofrer bullying.

Um estudo realizado na Clemson University, que mostrou um aumento expressivo no número de mortes em ataques com tiros em massa em escolas nos Estados Unidos nos últimos 20 anos - 66 mortes em 13 ataques, entre 2000 e 2018, mais do que em todo o século XX -, revelou também que os adolescentes muitas vezes não têm recursos intelectuais, afetivos, na escola e na família para lidar com problemas psicológicos e abordagens violentas, acabando por reagir de forma violenta.

Outro levantamento, feito pelo psiquiatra Timothy Brewerton com dados dos 66 ataques em escolas que ocorreram entre 1966 a 2011, indica que 87% dos atiradores sofriam bullying e foram motivados por desejo de vingança.

A pesquisa TIC Educação, divulgada em outubro do ano passado, também apontou uma grande frequência de bullying e reações adversas. Segundo o trabalho, 40% dos professores brasileiros já ajudaram alunos a enfrentar situações problemáticas ocorridas na internet como bullying, discriminação, assédio e disseminação de imagens sem consentimento. E, segundo a pesquisa, a maioria dos professores (56%) já promoveu debates com os alunos sobre como usar a internet de forma segura; e 66% estimularam os alunos a debater os problemas na internet.
“O bullying prolongado pode causar, como se viu em casos como de Realengo, o surto psicótico. Existe um processo traumático, a pessoa não tem tratamento adequado para isso e acaba desenvolvendo, dentro desse trauma, comportamentos agressivos, desejos violentos de vingança, não consegue trabalhar essas coisas. Se sente injustiçada, rejeitada”, diz Alexandre Saldanha, advogado e especialista em bullying, membro da Comissão da Criança e do Adolescente da OAB-PR.

“Com o passar dos anos, acaba criando um trauma, uma vontade de vingança que acaba sendo lógico para quem está sofrendo. Se não se trabalhar isso da forma adequada, não trabalhar o ambiente escolar, eles acabam maturando o sentimento, guardando isso. Sem um trabalho adequado, chega-se a esse ponto [ao do tiroteio]”, continuou Saldanha.

Efeito Columbine
Uma preocupação agora é que casos como esse tenham consequências como o conhecido “Efeito Columbine”, o aumento dos tiroteios em escolas por imitação de casos reais ou de ficção.

“Pesquisas mostram que se tornar famoso é um dos objetivos mais importantes para essa geração”, disse Adam Lankford, pesquisador e professor de justiça criminal na Universidade do Alabama, em entrevista para a Gazeta do Povo em 2017. “Não há dúvida de que existe uma associação entre a cobertura da mídia recebida por esses atiradores e a probabilidade de eles agirem”, diz ele.

Durante as investigações de um ato similar ocorrido em uma escola em Goiânia, em outubro de 2017, por exemplo, o adolescente responsável por matar dois colegas e ferir outros quatro admitiu à polícia ter se inspirado pelo caso americano.

Levantamento realizado pelo FBI em 2013, contabilizando dados desde 2000, indicou um aumento no número de casos depois do Massacre de Columbine, com um crescimento ainda mais acentuado nos últimos anos. Segundo a pesquisa, o número de casos aumentou de 6,4 até 2006, para 16,4 entre 2007 e 2013.

Espera-se que, após Suzano, as escolas consigam evitar um efeito similar com ações antibullying e uma melhora no ambiente escolar.

Tragédias em escolas no Brasil
Veja alguns casos de tiroteios em escolas similares ao de Suzano (SP), no dia 13 de março de 2019. Os massacres aconteceram em diferentes regiões do país, por homens, em sua maioria adolescentes alunos ou ex-alunos.

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FONTE: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/suzano-e-columbine-o-que-os-dois-massacres-em-escolas-tem-em-comum-54mljuilxfksmtrodz3oxtm19/
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quinta-feira, 14 de março de 2019

O BULLYING ESCOLAR E SUA RELAÇÃO COM MASSACRES BRASILEIROS COMO OS DE REALENGO, SUZANO E MEDIANEIRA. (DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?)




O assédio moral representa uma grande preocupação de nossa legislação civil desde dos anos oitenta, e seus subgêneros tem tomado conta da sociedade de modo a maquiar a violência de preconceitos.
Uma dessas facetas do assédio moral ganhou foco científico nos anos 70 com o cientista Dan Olweus ocasião em que descobriu, através de uma pesquisa uma modalidade de assédio moral entre estudantes na qual se caracterizava pela tirania, humilhação, pilhagem, isolamento social, violência física e verbal. Esta violência ganhou o nome de bullying.
O que torna o bullying uma das formas de violência ainda mais cruéis e preocupantes de nosso tempo é a sua forma discreta de atacar as vidas de crianças, adolescentes e jovens, tornando-os depressivos, violentos, suicidas, traumatizados de modo a impedi-los, em muitas vezes, de seguir normalmente as suas vidas depois de serem expostos a brutalidade silenciosa desta forma de assédio moral.
Para as ciências educacionais e jurídicas brasileiras este tema restou adormecido e em muitas vezes ignorado mesmo depois de massacres motivados pelo bullying mundo afora como o caso do tiroteio em Columbine em 1999, até que no ano 2010 ocorreu uma brutal carnificina em Realengo fomentada pelos distúrbios psicológicos oriundos do bullying.
Desde então, as ciências responsáveis pela educação e comportamento humano têm se dedicado a buscar meios de estudar o bullying para entender sua égide, causa e efeitos para toda a cadeia de envolvidos: vítima, agressores diretos, expectadores e seus familiares, bem como, tentar encontrar meios possíveis de evitar a ocorrência dentro do ambiente escolar e dirimir seus efeitos na vida prática dos envolvidos.
Legislações municipais e estaduais de cunho programático pipocaram de norte a sul do Brasil na tentativa de regulamentar o tema, dando conceitos e sugerindo programas e meios profiláticos à esta violência.
Até que em 6 de novembro de 2015 foi promulgada a Lei Federal nº 13.815 que visava combater com oito artigos a intimidação sistemática, forma como a qual intitulou o bullying em território nacional.
Embora a citada legislação federal tenha nascido com grandes expectativas de resolução legal para as questões de bullying, em nada melhorou a tratativa do tema em ambientes institucionais de educação.
Por carecer de qualquer mecanismo coercitivo para a obediência quanto a implantação de programas educacionais, o tema continuou a pairar à margem dos interesses sociais, educacionais e legais.
Todos estes mecanismos reforçaram a política do pacto de mediocridade no qual as instituições de ensino fingem cumprir um programa de prevenção, os alunos fingem que entendem a gravidade do que fazem e tudo continua do mesmo jeito que sempre esteve: crianças sendo violentadas de forma discreta todos os dias em escolas públicas e particulares Brasil adentro, sem que nada seja feito para parar isso de modo eficaz.
O fracasso de todos os mecanismos legislativos municipais, estaduais e federal, bem como de todas as pseudo programações pedagógicas das instituições de ensino brasileiras foi decretado no ano de 2017, quando em Goiania, um adolescente vitima de bullying, inspirado pelo massacre de Columbine, atira e mata dois colegas de classe dentro da sala de aula.
Outro fato que sepultou qualquer sobra de sucesso das referidas legislações foi o ocorrido,no dia 15 de março de 2019, quando mais um massacre inspirado em Columbine e motivado pela vingança do bullying assolou o Brasil, dessa vez na Escola Estadual Professor Raul Brasil no município de Suzano, em São Paulo.
A dupla de atiradores Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro, ambos ex-alunos, invadiram a escola fortemente armados e mataram cinco estudantes e duas funcionárias da escola.
A solução mormente eficaz para o bullying tem sido buscada dentro dos tribunais, em processos indenizatórios nos quais buscam-se a compensação da vítima, a responsabilização das instituições de ensino, dos agressores e de seus familiares pelos danos materiais e morais causados.
Da mesma forma, são resolvidos no judiciário, as questões referentes às responsabilidades das instituições de ensino e do Estado frente às indenizações que devem ser pagas às famílias das vitimas de todos esses tiroteios.
Pois, é lá nos tribunais que os responsáveis pelas omissões educacionais e de segurança pública são penalizados.
Por ser o judiciário a única instancia na qual estes problemas encontram alguma solução é que deve-se ater-se para a decisão mais severa quanto ao dever indenizatório, valor da dor e punição de instituições de ensino, familiares das vítimas e vitimas diretas de bullying e tiroteios dele resultante.
Só deste modo, com uma legislação dura e decisões pesas é que casos como os citados acima começarão a ser tratados adequadamente.
Posto que só com a devida obrigação sob a pena adequada é que a sociedade e o sistema educacional público e privado  tomarão providencias profiláticas fidedignas sobre o bullying e  seus efeitos.
Mas, quem são os responsáveis mesmo?
Pois, bem, não é o vídeo game, nem a série de tevê ou a banda de rock os causadores desse fenômeno violento.
Os verdadeiros responsáveis são as famílias despreparadas que mal educam seus filhos e os largam numa escola achando que instituição de ensino é reformatório;
São também culpadas as instituições de ensino quando são omissas e permissivas quanto ao bullying, seja em prol do nome institucional, seja para garantir aos diretores seus cargos;
São também culpados os legisladores que nos brindam com seus projetos e leis inúteis que coadunam com interessas mercadológicos das instituições de ensino a despeito da real necessidade da população, perpetuando o já citado pacto de mediocridade;
Educadores e estudiosos que disseminam técnicas inadequadas para tentar frear o bullying, a exemplo da justiça restaurativa;
A cultura popular de violência e coisificação humana que vem desde muito antes do advento dos jogos eletrônicos;
E por fim, a soidade que permite que massacres aconteçam sem cobrar e fiscalizar medidas adequadas para evitar o problema.



ALEXANDRE SALDANHA
OAB-PR 47.535
Advogado, especialista em BULLYING E MOBBING