terça-feira, 11 de setembro de 2012

CRIANÇA TAMBÉM FICA ESTRESSADA

Saiba o que é e como tratar o estresse infantil
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um estudo recente afirmando que o estresse é o mal do século XXI, atingindo mais de 90% da população mundial, o que torna o estresse uma epidemia global. Essa informação assustadora é reflexo do estilo de vida atual, com muita correria, desgaste, falta de tempo – e às vezes de dinheiro – para cuidar da saúde.
O termo estresse foi emprestado da física, onde designa a tensão e o desgaste a que estão expostos os materiais, e foi utilizado pela primeira vez em 1936 pela renomada revista científica Nature. E se engana quem pensa que o estresse afeta somente os adultos. É cada vez maior o número de crianças que sofrem com essa condição.
A psicóloga Aline Stadler Penteado explica que o estresse pode ter duas interpretações: ser uma doença ou uma condição momentânea. “O estresse é uma forma extrema de emoção, um conjunto de reações físicas e psicológicas naturais que temos frente a uma situação intensa,  seja boa ou ruim. Sendo assim, o estresse é momentâneo quando a pessoa se depara com situações intensas no dia a dia que modifiquem o seu equilíbrio interno. Já o estresse como doença é aquele que se torna constante, causa dificuldades na vida do indivíduo e traz sofrimento a longo prazo”, avalia.Para a psicóloga as causas do estresse infantil são muitas, e vão desde o grande número de atividades diárias, até a ansiedade com um passeio especial ou festa de aniversário.
As causas
“Mudanças constantes, físicas ou emocionais, influem diretamente nas crianças. Excesso de responsabilidades, críticas excessivas dos pais, rejeição dos colegas, o nascimento de um irmão, brigas ou separação dos pais, a perda de uma pessoa da família, mudança de escola, entre outros, são causadores externos do estresse”, enumera.
Em alguns casos o estresse é fruto de uma característica da criança, que a levam a se sentir “diferente”, como ansiedade, timidez, depressão, medo de fracassar, desejo de agradar, etc. Essas características podem tornar as crianças vítimas de bullying, outro fator importante dentre as causas do estresse. A psicóloga conta que as crianças costumam não verbalizar as dificuldades que enfrentam, mas que as suas ações dão os indícios do que está acontecendo.
“O bullying é uma espécie de agressão ocorrida dentro do ambiente escolar, denominada assédio moral. O assédio desequilibra emocionalmente a vítima, e o resultado pode ocasionar apatia social e até transtornos emocionais”, detalha Alexandre Saldanha, advogado especialista em bullying e líder fundador da Liga Anti-bullying. Para ele o bullying gera um clima de medo que torna as vítimas incapazes de tomar atitudes para cessar os ataques ou pedir ajuda. “A exposição contínua aos ataques do bullying torna suas vítimas inseguras e pouco sociáveis, ato que dificulta o pedido de auxílio. Outras sequelas observadas nas vítimas são a passividade quanto às agressões sofridas, um círculo restrito de amizades, e alguns passam a ter baixo rendimento escolar, resistindo e simulando doenças com o interesse de não comparecer mais as aulas, ou até mesmo abandonando os estudos”.
O diagnóstico
É importante que os pais fiquem atentos ao comportamento dos pequenos e saibam os sintomas que ocasionam o estresse. O diagnóstico é feito através da análise dos sintomas descritos pelos pais, educadores e pela própria criança. “O mais importante é dar afeto, apoio, ouvir os anseios da criança, ser compreensivo e buscar ajuda quando o estresse se torna disfuncional, ou seja, começa a atrapalhar a vida física e mental. Ao se tornar disfuncional o estresse pode levar a problemas sérios como asma, alergias, problemas dermatológicos, obesidade, entre tantas outras complicações”, diz a psicóloga.
A psicoterapia pode ser utilizada como medida preventiva, antes de se instalarem os sintomas mais fortes na criança. Aos primeiros sinais do estresse procure um profissional que possa identificar os agentes estressores que desequilibram a criança. O tratamento pode incluir, além da psicoterapia, a utilização de medicamentos alopáticos ou homeopáticos, quando necessário.
Sintomas
- A mudanças repentinas de comportamento;
- Súbita introversão ou extroversão;
- Medo excessivo com um motivo aparentemente irracional;
- Agressividade;
- Choro constante;
- Impaciência;
- Insegurança;
- Sinais de baixa autoestima;
- Alguns sintomas físicos como dores de barriga e de cabeça, enurese (xixi na cama), tiques nervosos.
Fontes: Psicóloga Aline Stadler Penteado: aline@mercosuleducacional.com.br


FONTE DA ENTREVISTA: ESPAÇO THÁ ON LINE: http://www.tha.com.br/espacotha/criancas-crianca-tambem-fica-estressada/