sábado, 29 de junho de 2013

DISCURSO SOBRE A TOLERÂNCIA


Nascemos para manifestar a glória do universo que está dentro de nós. Não está apenas em um de nós, mas, está em todos nós.
E conforme deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas a permissão para fazer o mesmo.
E conforme libertamos do nosso medo, automaticamente libertamos os outros.
                    (Nelson Mandela)

       A intolerância de todo tipo sempre foi um dos grandes vícios sociais que atrapalharam o avanço social do mundo, e avalizou conflitos violentíssimos em todos os continentes do Planeta.
       A sociedade moderna é vítima de um fenômeno de segregação denominado bullying.
       O bullying toma diversas formas, como: racismo, a intolerância religiosa, o preconceito social, a homofobia e outras inúmeras máscaras sociais.
       Esse fenômeno é modalidade de assédio moral e físico toma o mundo de forma silenciosa, cruel e violenta, abreviando a vida de muitas pessoas ou deixando cicatrizes psicológicas para a vida toda.
       A única forma de enfrentá-lo é quebrando o silêncio sobre este tema de forma aberta e franca nas escolas, nas famílias e em todos os ramos de nossa sociedade.
     É preciso perder o medo de falar do bullying, pois, ao passo que se fala sobre esse problema, é possível encontrar soluções para dirimir as causas dessa violência e criar uma cultura de paz e tolerância.
       O bullying é agravado pelas culturas do materialismo, do culto a forma física e da padronização social.
       O mundo ainda se prende em padrões socioeconômicos, físicos e raciais, e inclina-se para a disseminação de uma cultura antropofágica, que deturpa os valores da vida e cega a humanidade acerca da dignidade e do respeito mútuo.
       Essa cultura do ter, do poder e do aparentar, adoece nossos jovens de modo a fazê-los esquecer da possibilidade de potencializar o que são internamente, para focarem em seus valores estéticos e físicos.
       A educação familiar e acadêmica visa cada vez mais à desmedida competição, a sobreposição de poderes ao invés do mutuo auxílio entre as diversas capacidades e saberes. Isso torna nossas crianças e jovens em seres competitivos e não seres sociais.      Fazê-los observar a beleza da diversidade, respeitar a peculiaridade física, a origem social, o credo, e as condições econômicas dos seus pares no mundo, torna-os cidadãos conscientes da necessidade da defesa irrestrita da dignidade da vida humana.              Estou certo que este dia chegará e que nossos sucessores construirão uma sociedade de valores igualitários, em que a luz do caráter será mais importante do que as coisas e os conceitos sociais impostos pela cultura do consumo.
       Neste dia a vida será plenamente linda porque viveremos sob o signo do amor incontestável e incondicional ao próximo.
       É preciso ensinar para nossas crianças que há beleza na unicidade de cada um delas, e que não é preciso ter medo de levar a vida da forma que nasce; não é preciso mudar seus padrões para ser aceito em um circulo social. É preciso apenas, ter luz própria e iluminar a vida dos demais com compreensão e amor, para que elas brilhem também.
       Porque quando vencemos os medos, auxiliamos as pessoas em nossa volta a fazer o mesmo.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!                                            
                   (Martin Luther King Jr.)


 Alexandre Saldanha 
OAB-PR nº 47.535