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Professor Doutor Clayton Reis |
Hoje, na Galeria de Mestres, falarei sobre
o Professor Doutor Clayton Reis, o orientador técnico de uma das
minhas mais importes obras científicas e monografias.
Professor Clayton é Magistrado
aposentado, Especialista pela Universidade Estadual de Maringá, Mestre e Doutor
pela Universidade Federal do Paraná, Pós Doutor pela Universidade de Lisboa e Professor
de algumas das mais importantes instituições acadêmicas do Paraná como:
Unicuritiba, Universidade Tuiutí do Paraná, Escola da Superior da Magistratura
do Paraná e Centro Universitário de Maringá.
Cabe aqui, uma curiosidade sobre o
professor Clayton: ele é licenciado em Química, e ministrou aulas desta matéria
no Colégio Estadual Doutor Gastão Vidigal em Maringá nos anos de 1972 até 1975.
Clayton Reis também é palestrante, escritor,
criador das teses sobre avaliação do dano moral, pontificou temas ensinamentos
importantes sobre o dano moral em diversas obras jurídicas e tem seu nome entre
as figuras mais importantes sobre direitos da personalidade no Brasil e no
mundo.
O ENCONTRO CIENTÍFICO
Conversei pela primeira vez com
professor Clayton em meados de 2006, quando tive a ideia de adaptar a
responsabilidade civil ao bullying.
Na época, o professor havia me avisado
que seria demasiadamente difícil criar o que eu pretendia haja vista não haver
nada escrito no mundo do direito. Entretanto, como sou muito chato e
persistente, resolvi desafiar a lógica da ciência jurídica e criar um novo ramo
da responsabilidade civil, e ele aceitou o desafio junto comigo!
Lembro-me como se fosse hoje das
incontáveis vezes em que minha monografia foi corrigida e avaliada, refeita e
readaptada (isso inclui várias reuniões para eu aprender como se fazia citações
diretas e indiretas, como se escrever cientificamente, e quais livros eu
deveria utilizar), pois, como sentia muita dificuldade em escrever e ordenar
minhas ideias, foi complicado chegar até uma versão aceitável para a monografia.
Outra passagem que marcou a minha
trajetória foi o momento em que o professor Clayton e a banca decidiram dar-me
outra oportunidade para reapresentar minha monografia, pois, ela não estava
adequada na ocasião da apresentação. E sim, eu reprovaria se tivesse
apresentado.
Aí, depois, de refazê-la com a ajuda dos
professores Waldir Matos e Barbara Matos, eu reapresentei e fui aprovado com a
nota máxima! UFA!
Aprendi bastante sobre ciência jurídica
naquele período porque eram tantos livros indicados pelo professor Clayton,
tantas reuniões, tantas revisões e conversas que aprendi a escrever no tranco!
Sem o olhar exigente do professor
Clayton eu não teria dado o meu melhor e, consequentemente, não teria tido
sucesso na empreitada científica que me dediquei desde então até hoje.
Ele sempre falava que eu tinha mais a
oferecer do que tinha apresentado até ali, e orientava-me a melhorar cada vez
mais até o meu limite desaparecer.
Com professor aprendi mais do que a ciência
que protege a personalidade e a dignidade humana. Com o professor Clayton
aprendi a transpor os meus limites e me dedicar ao máximo em prol do meu ideal!
Sob a tutela deste mestre eu criei a
minha obra prima, o trabalho pelo qual acredito ter valido minha vida até li.
E com orgulho, pude constatar a visão
positiva do Professor Clayton sobre minha obra no prefácio que ele escreveu
para o meu primeiro livro A RESPONSABILIDADE CIVIL DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
EM RELAÇÃO AOS EFEITOS DO BULLYING.
Vejam o prefácio no final do texto.
PREFÁCIO.
O ser humano é de uma
singularidade absoluta. “Ele tem um valor
absoluto, é homem individual. Na singularidade de sua essência, não pode ser
nem produzido nem substituído” pontifica Teilhard de Chardin. É lamentável
que não nos conheçamos, embora convivamos juntos na diversidade da vida. Somos,
na triste realidade da nossa existência, seres errantes – cada qual procurando
seu destino, sem atentar para a realidade do próximo.
Na expressão do romancista Oto
Lara Resende, “O poeta é capaz de ver
pela primeira vez o que, de tão visto, ninguém vê”. Nosso vista espírito
está casado para enxergar a beleza da vida e do ser. Envolvidos com as
aparências da vida materialista pouco vemos de valor. Por isso, na expressão de
Spinoza, “o ente tem em si valor e o mal, que não é mera diminuição de um bem,
mas o não-ser do que deve-ser”. Nessa
linha, compete a cada um de nós direcionarmos nossa existência no sentido dos
pontos elevados da vida, para não nos surpreendemos no momento da nossa
passagem da vida física para a espiritual, conseqüência inevitável da vida
material.
Alexandre Saldanha Tobias Soares
foi nosso aluno no curso de Bacharelado em Direito na Universidade Tuiuti do
Paraná. Posteriormente, ingressou na Escola da Magistratura do Paraná na Capital
do Estado voltando a ser nosso discípulo neste curso de Especialização. Mas, o
que nos chama realmente a atenção foi o fato de ser o nosso orientado em sua Monografia
Jurídica no Curso de Direito. Os seus cursos, bem como, seu
trabalho monográfico foram pautados por um esforço pessoal descomunal na busca
da verdade e do melhor. Na introdução do livro o autor relata a grandeza do seu
espírito na busca da superação das suas deficiências. Enfrentou com coragem e
determinação os desafios em face das dificuldades físicas e psicológicas da sua
existência. A presente obra é o retrato do seu esforço. Procurou, com o apoio
dos amigos e da família, autodescobrir-se. Utilizou-se, para tanto, do fio “condutor de Ariadne como referencial para
movimentar-se no labirinto das formas vivas”, na feliz expressão de
Chardin.
Não se deteve no muro das
lamentações. Foi para o combate. Superou as dificuldades, venceu as
adversidades e se dispõe, nesse momento e através dessa obra, em despertar os
espíritos desavisados. Qual o pássaro Fênix da mitologia Grega renasceu das
próprias cinzas. Por isso, merece a homenagem do poeta Catarinense Alcides Buss
que, em seu recente livro Cinza de Fênix &
Três Elegias, declamou: “O poema é a
cinza de Fênix que a alma de alguém transforma em sonho e transforma em corpo e
depois em luz”.
O autor é dessa forma, a síntese
da obra. Conhece o assunto na condição de jurista e viveu a realidade do seu
conteúdo na condição de ser humano. O livro de Alexandre Saldanha Tobias Soares
é uma advertência para as pessoas na sociedade martirizadas pelo Bullying ou pelo Mobbing, vítimas do desamor das pessoas que são, por sua vez,
vítimas da cegueira espiritual dos homens.
A estrutura jurídica da sua obra
retrata um novo contorno da responsabilidade civil, bem como, traduze com
clareza e exatidão institucional que o autor conseguiu transferir para os textos
escritos. É uma leitura que recomendo para todos aqueles que de forma direta ou
indireta foram ou são vítimas do psicoterror existente no ambiente das
instituições de Ensino no país, bem como, para os estudiosos do tema.
Estou convicto de que Alexandre
Saldanha Tobias Soares ocupará um espaço na literatura jurídica brasileira com
o seu Livro, cuja temática envolve profunda reflexão sobre os históricos e
genéticos conflitos humanos. Afinal, estamos diante de novo mundo em que as
diferenças individuais devem ser respeitadas. O princípio da dignidade do ser
humano prescrito na Ordem Constitucional, traduz a idéia Universal do respeito
e consideração que devemos nutrir em relação aos outros, insculpida na
Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948. Mas, sobretudo, de acordo
com a filosofia Cristã modelada na idéia contida em São Mateus (Cap. VII,
v. 21), “Tudo o que vós quereis que vos façam os homens, fazei-o também vós a
eles”.
Somente com a exata compreensão
dessa realidade e, da mesma forma, na medida do conhecimento dos efeitos
jurídicos, no plano das indenizações dos danos no Direito Civil e nos crimes
contra a honra na esfera do Direito Penal, em face dessas agressões, a pessoa
poderá moderar sua conduta evitando dissabores e contribuindo para a paz
social.
Prof. Dr. CLAYTON
REIS.
Magistrado aposentado do TJPR. Pós-Doutorado em Curso
pela Universidade de Lisboa. Doutor e Mestre em Direito pela UFPR. Professor
Adjunto da Universidade Tuiuti do Paraná, da UNICRUTIBA, da Escola da Magistratura
do Paraná e do Curso de Mestrado em Direito do CESUMAR.