Há um ano todas as
reuniões de família, os almoços de domingo, os lanches da tarde, os aniversários
e datas comemorativas deixaram de ser tão especiais assim.
Há um ano tudo o que eu
conhecia como símbolo familiar, amor incondicional, lembranças dos melhores
momentos da minha infância e juventude, partiam junto da minha avó desse mundo
terreno.
Daquele dia em diante
minha vida nunca mais foi a mesma, nunca mais sorri como antes, nunca mais pude
chamar o nome da minha avó com a certeza que eu seria respondido.
Há um ano uma parte de
mim morria, partia sem volta.
Há um ano descobri o
que não temos todo tempo do mundo para amar, que cada minuto é precioso ao lado
de quem amamos.
Há um ano descobri que
o amor dura mais do que uma vida. O amor é eterno, a saudade também.
Sinto falta de falar
com minha avó, de ouvi-la falar das coisas cotidianas, de comentar de novelas,
notícias.
Minha avó foi um dos
alicerces familiares mais importantes da minha vida. Com ela aprendi grande
parte dos meus valores humanos e familiares.
Sinto falta de fazer
carinho nela, de abraçá-la, e de ouvir seus conselhos sempre tão sábios e
doces.
Minha avó me ensinou
que devemos perseguir o sonho, o ideal, por mais que eles pareçam impossíveis e
estranhos aos olhos das pessoas.
Minha avó me ensinou
que a vida tem que fazer sentido, e que o único sentido da vida é buscar o
contentamento sem jamais perder a fé na família, na compreensão entre as pessoas
e na alegria.
Minha avó acreditava
que cada um de nós é um jardim que deve ser cuidado com amor, alegria, fé e
esperança, e as pessoas que nos cercam eram como as borboletas deste jardim,
que chegam a nossa volta ou não, conforme a luz que emanamos de nossas almas.
Saber que tive o
privilégio de conviver com uma das pessoas mais doces do mundo, me faz um dos
homens mais felizes e honrados do mundo.
Alexandre Saldanha.