segunda-feira, 20 de maio de 2013

O QUE EU APRENDI COM O ATIVISMO ANTI BULLYING


Há  oito anos eu luto por um sonho de igualdade e justiça: um mundo em que não há preleções sociais embasadas nas limitações humanas, mas, uma sociedade sustentada pelo mútuo auxílio entre diferentes capacidades, diferentes saberes.
Sonhei com um mundo sem preconceitos, sem crueldade, apostei minha juventude nisso, empregando os melhores e mais produtivos dias da minha existência por uma causa: a prevenção e o combate ao bullying.
A jornada foi difícil até aqui, mas, compensou cada segundo, cada dia vivido em prol deste sonho. 
Eu me fortaleci e me curei quando resolvi fazer da minha vida uma forma de ajudar as pessoas que sofriam bullying.
Ao passo que eu ajudava as pessoas, elas me ajudavam, e a cada dia de auxílio mútuo, eu substituía o rancor de vítima, por uma espécie de amor, que me impulsionava numa melhora íntima constante.
Com a ajuda de todas as pessoas que eu ajudei, aprendi a vencer meus medos, minhas frustrações e transformei aquela velha escuridão numa luz tênue que decidiu existir para tentar iluminar a vida dos demais.
Ganhei coragem quando decidi trocar o revanchismo por amor. Neste dia, aprendi que posso vencer sem brigar, me fazer notar sem gritar, que posso ser uma voz que argumenta sem se impor.
Aprendi que o bem permanece quando o carinho pelas pessoas se torna fé na evolução humana, e quando temos fé nada nos para.
Nesta longa e linda jornada, eu conheci lugares e culturas diferentes, fiz muitos amigos e outros tantos companheiros maravilhosos, que se mostraram fantásticas ao superar seus limites e transformar suas existências em instrumentos de combate ao bullying.
Quando eu comecei a caminhada, pouco falava-se sobre o tema. Na verdade o Brasil sequer sabia do que se tratava a expressão bullying, muito se subestimavam o tema. Isso tornava a tratativa do bullying muito difícil.
Aos poucos eu percebia uma modesta movimentação científica sobre o tema, o que me empolgou e me fez desejar pesquisar e criar para colaborar.
Confesso que eu estudei muito e me aperfeiçoei mais ainda para, só depois, criar um ramo da ciência do direito para tratar da responsabilidade civil das instituições de ensino, dos pais e dos agressores nos casos de bullying.
Com isso, realizei o sonho de escrever livros e manter contato com autores que, antes, eu conhecia apenas por meio dos livros que me serviam de referencia.
E quando eu achava que já não tinha mais nada para acrescentar para causa, encontrei mais pessoas, mais amigos, parceiros que juntos criaram grupos e mais grupos de combate e prevenção à esse tipo de violência psicológica.
Esses muitos grupos organizados são provas de que os seres humanos caminham para um tempo de convivência pacífica, e que se mostram propensos à proteger os valores da dignidade humana. Tudo é uma questão de paciência e persistência.
Depois de muito caminhar percebi que as pessoas aderem, naturalmente, para  bem quando um sonho se torna ideal.
Passei a olhar cada pessoa por meio de uma visão buscadora de belezas, capacidades diferentes e talentos brilhantes.
Aprendi a contemplar a verdadeira beleza humana contida na diversidade dos indivíduos. Cada alma humana é absolutamente linda e repleta de encantos e dons, capazes de aprimorarem a sociedade.
Aprendi que não há raças, credos, classes que nos separem. Somos todos pertencentes à raça humana, uma grupo que vive uma incansável busca pela felicidade, pelo amor, pela justiça e pela paz.