O
DIA EM QUE DEIXEI DE SER CRIANÇA
No
dia em que deixei de ser criança, eu já tinha completado meus vinte e tantos
anos de idade.
Neste
dia percebi que heróis não usam capa nem espada, descobri que as pessoas que a
gente ama muito não vivem para sempre, que cortem doem bem menos do que
palavras, que a vida é muito menos lúdica do que eu acreditava quando tinha
apenas cinco anos de idade.
Quando
deixei de ser criança, descobri que as pessoas tem preço, que os sonhos custam
caro, que papai Noel Pode ser qualquer um de nós, Que a doçura não está no açúcar,
mas sim, no coração.
Quando
cresci descobri que vida custa caro, que amar dói, que chorar pode não ser só
de tristeza.
No
dia em que deixei de ser criança, descobri que não existe “um final feliz” para
a vida, mas, sim a ausência do que antes estava e agora já não está mais.
Quando
deixei de ser criança deixei de ter medo do escuro que habitava mente porque
descobri que há luz nos momentos de contentamento da vida.
Quando
deixei de ser criança, descobri que os trovões são as músicas da chuva, e que a
chuva lava a alma e leva toda a sujeira do mundo.
Quando
cresci aprendi tanto...
Quando
deixei de ser criança, descobri que o melhor das lembranças não está depositado
nas coisas que guardamos para lembrar a infância, mas, estarão impressas
eternamente na alma e no coração.
Quando
deixei de ser criança, não fiz isso por tristeza ou mágoa, mas, fiz isso porque
respeito a pureza que guardei num planetinha dentro de mim chamado coração.
Lá,
no planetinha coração, eu sou rei do meu amor, dos meus sonhos, e é que mora
uma pequena flor chamada esperança.
Quando
deixei de ser criança, fiz isso para proteger o menino que vive dentro de mim e
que acredita na felicidade incondicional de uma maravilhosa brincadeira chamada
vida.
Alexandre Saldanha
OAB-PR nº47.535